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Os ataques de account takeover (ATO) se tornaram um dos riscos mais perigosos enfrentados por credores digitais, bancos, plataformas de microcrédito, empresas de BNPL (compre agora, pague depois) e fintechs no mundo todo. Enquanto as empresas focam no crescimento e aquisição de clientes, fraudadores miram cada vez mais as contas dos usuários – transformando-as em portas de entrada para fraudes mais amplas. Um incidente de ATO vai além do acesso não autorizado: pode levar ao roubo de dados, vazamento de informações pessoais e à perda de confiança do usuário no longo prazo. Em muitos casos, a conta comprometida é apenas o começo – o verdadeiro prejuízo vem depois.

Para entender a gravidade da ameaça, basta olhar os números: só nos EUA, o ATO causou quase US$ 13 bilhões em perdas em 2023, segundo o relatório de 2024 da Javelin Strategy & Research. Já o relatório da Abnormal Security sobre Account Takeovers na Nuvem revelou que 83% das organizações sofreram pelo menos um incidente de ATO em 2023, e mais de 75% dos líderes de segurança classificam esse tipo de fraude entre as quatro principais ameaças cibernéticas globais.

Este artigo explica o que é o account takeover, por que ele se tornou uma das ameaças mais persistentes nas finanças digitais e quais ferramentas as empresas podem usar para detectá-lo e preveni-lo. Também incluímos um checklist estratégico para proteger seu negócio contra fraudes em ambientes digitais – cobrindo prioridades em gestão, equipes e tecnologia.

Entendendo o account takeover: o que é e por que é tão perigoso?

Account takeover (sequestro de conta) é um tipo de fraude em que criminosos obtêm acesso não autorizado à conta de um usuário, geralmente por meio do roubo de credenciais ou da exploração de falhas de segurança. Uma vez dentro da conta, os fraudadores podem desviar fundos, realizar compras não autorizadas ou usar a conta como base para outros crimes, como lavagem de dinheiro ou fraudes com identidades sintéticas.

Na era dos serviços digitais em tempo real, as invasões de contas muitas vezes passam despercebidas até que o dano já esteja feito. Ao contrário da fraude transacional direta, o ATO depende de enganar os sistemas para que tratem o invasor como um usuário legítimo. Isso dificulta a detecção e exige capacidades avançadas de análise de risco.

Quais tipos de negócio estão em risco de sofrer ATO?

Ataques de account takeover podem atingir praticamente qualquer empresa que gerencie contas digitais e dados de usuários. Os alvos mais comuns incluem:

  • Instituições financeiras e bancos
  • Crediários digitais e empresas de BNPL
  • Plataformas de microcrédito
  • Neobancos e apps de fintech
  • Plataformas de e-commerce e marketplaces
  • Serviços de jogos e entretenimento

Qualquer empresa que armazene credenciais ou processe pagamentos está potencialmente em risco.

Como acontece um ataque de account takeover?

A fraude por ATO geralmente segue algumas etapas fundamentais:

  1. Roubo de credenciais – Os criminosos obtêm dados de login via phishing, vazamentos de dados ou compra de credenciais vazadas na dark web.
  2. Validação das credenciais – Usando bots ou scripts automatizados, testam as credenciais roubadas em diferentes plataformas, explorando o uso repetido de senhas.
  3. Acesso à conta – Uma vez bem-sucedidos, invadem a conta e alteram dados ou configurações de segurança para bloquear o acesso do usuário legítimo.
  4. Monetização – Podem desviar fundos, fazer compras ou revender o acesso a outros criminosos.
  5. Técnicas de evasão – Para evitar a detecção, usam spoofing de dispositivos, redes de anonimato e proxies.

Essa abordagem estruturada permite que o fraudador permaneça invisível por mais tempo, causando danos financeiros e reputacionais ainda maiores.

Por que os ataques de ATO estão aumentando?

Algumas razões explicam o crescimento acelerado desse tipo de ataque:

  • Vazamentos de dados – Vazamentos massivos fornecem milhares de credenciais para criminosos.
  • Reutilização de senhas – Muitos usuários usam a mesma senha em vários serviços, facilitando o acesso.
  • Ferramentas de evasão avançadas – Emuladores de dispositivos, botnets e técnicas de anonimização dificultam a detecção.

Por que métodos tradicionais de segurança não funcionam contra ATO?

Métodos convencionais – como senhas estáticas ou códigos SMS (OTP) – têm dificuldade para conter os ataques modernos de account takeover (ATO). Os fraudadores de hoje são cada vez mais sofisticados: imitam o comportamento de usuários legítimos e atuam por múltiplos canais, o que torna difícil para ferramentas tradicionais detectar anomalias em tempo real.

Além disso, muitas empresas hesitam em adotar autenticação forte por medo de prejudicar a experiência do usuário e gerar abandono durante cadastros ou transações. O equilíbrio entre segurança e fluidez de navegação continua sendo um desafio.

Outro ponto crítico é a ameaça crescente dos exploits de dia zero. Fraudadores identificam brechas antes mesmo que a empresa saiba que elas existem. Mesmo com medidas padrão em vigor, os atacantes continuam buscando novos pontos de entrada – enquanto as empresas, geralmente, não têm equipes dedicadas exclusivamente a caçar essas falhas. Essa assimetria favorece o criminoso e reforça a necessidade de segurança dinâmica, baseada em comportamento e contexto.

E, muitas vezes, o elo mais fraco não é a tecnologia – é o fator humano. Técnicas de engenharia social, como phishing ou vishing, continuam sendo eficazes, especialmente em empresas que não oferecem treinamentos regulares a seus colaboradores. A ausência de programas de conscientização torna a organização mais vulnerável. Sem treinamento interno adequado, até as soluções mais avançadas podem ser burladas por uma ligação bem planejada ou um e-mail falso. Ignorar o fator humano na prevenção ao ATO pode sair muito caro.

Ferramentas para detectar e prevenir account takeover

As empresas precisam adotar estratégias modernas e multilayer que vão além dos métodos tradicionais. A abordagem mais eficaz combina tecnologia avançada, análise comportamental e avaliação contínua de risco.

Veja abaixo os métodos mais confiáveis e escaláveis para combater o risco de ATO:

1. Inteligência de dispositivos

A inteligência de dispositivos analisa milhares de sinais técnicos e ambientais não pessoais – como configurações de hardware, impressões digitais do navegador, idioma do sistema e anomalias de uso – para identificar indícios de fraude. Isso inclui a detecção de ferramentas de acesso remoto, máquinas virtuais e técnicas de spoofing de dispositivos, frequentemente utilizadas por fraudadores. Essa camada é especialmente eficaz na identificação de comportamentos anômalos do dispositivo sem depender de dados pessoais.

2. Biometria comportamental

A biometria comportamental avalia continuamente como o usuário interage com o dispositivo: movimentação do mouse, velocidade de digitação, pressão no toque, comportamento de rolagem e outros padrões sutis. Essas características são difíceis de falsificar e ajudam a diferenciar usuários legítimos de impostores – mesmo quando as credenciais de acesso estão corretas.

3. Autenticação multifator (MFA ou 2FA)

A autenticação multifator (MFA), sendo o 2FA sua forma mais comum, adiciona uma camada essencial de proteção ao exigir que o usuário comprove sua identidade com mais do que apenas uma senha. Isso pode incluir um código por SMS, leitura biométrica ou aplicativo autenticador. Embora não seja totalmente imune a ataques como phishing ou troca de chip, a MFA aumenta significativamente a dificuldade para os fraudadores.

4. Monitoramento contínuo e scoring de risco

A fraude por ATO não se limita ao momento do login. O risco deve ser monitorado ao longo de toda a sessão. A pontuação de risco em tempo real, com base em comportamentos e padrões, permite que as empresas detectem atividades incomuns e reajam imediatamente – antes que haja movimentação de fundos ou comprometimento adicional.

5. Autenticação adaptativa

Em vez de aplicar os mesmos controles de segurança para todos os usuários, a autenticação adaptativa se ajusta dinamicamente com base no nível de risco. Usuários com baixo risco têm uma experiência fluida, enquanto sessões suspeitas acionam verificações adicionais. Isso garante proteção robusta sem prejudicar a experiência do usuário.

6. Higiene de credenciais e educação do usuário

Muitos ataques acontecem não por falhas técnicas, mas por maus hábitos dos usuários. Educar os usuários – especialmente os colaboradores – sobre boas práticas de senhas, prevenção a phishing e manuseio seguro de dados sensíveis pode reduzir significativamente os pontos de entrada para atacantes. Implemente campanhas internas e treinamentos regulares para reforçar comportamentos seguros.

7. Inteligência de IP e rede

Monitorar a reputação de IPs, o uso de proxies e a consistência de geolocalização ajuda a identificar tentativas de login suspeitas. Uma sessão originada de um intervalo de IPs de alto risco ou de uma região geográfica inesperada pode sinalizar uma tentativa de sequestro de conta e exigir atenção redobrada.

8. Verificações de velocidade e limites comportamentais

Ataques de ATO geralmente envolvem picos incomuns de atividade – múltiplos logins em sequência, trocas rápidas de dispositivo ou volumes altos de transações. Estabelecer limites para a velocidade e frequência dessas ações ajuda a identificar anomalias em tempo real.

Quando combinadas, essas técnicas formam uma defesa poderosa e em camadas, capaz de se adaptar à evolução constante das fraudes. Nenhuma ferramenta isolada é suficiente – mas uma estratégia holística, baseada em comportamento, dados contextuais e avaliação contínua de risco, pode reduzir significativamente sua exposição às ameaças de ATO.

Estratégias para prevenir fraudes online: checklist para organizações

Para ajudar você a avaliar e fortalecer suas estratégias antifraude, preparamos um checklist prático com as principais prioridades para gestão, equipes e tecnologia. Embora cada empresa enfrente riscos diferentes, essas boas práticas podem servir como base sólida para reduzir a exposição à fraude digital.

Gestão

  • Defina o que significa fraude para o seu negócio. Isso pode incluir clientes tóxicos com múltiplas contas, inadimplência em empréstimos, estornos, falsificação de identidade ou sequestro de contas (ATO).
  • Estabeleça um nível aceitável de risco de fraude. Eliminar completamente a fraude costuma ser muito caro ou tecnicamente inviável – priorize os riscos e concentre-se no que realmente importa.
  • Nomeie um profissional dedicado à gestão de riscos digitais para liderar os esforços de prevenção à fraude. Recorra a especialistas externos, se necessário.
  • Escolha soluções tecnológicas alinhadas ao seu modelo de negócio e perfil de risco.

Equipe

  • Monte um time multidisciplinar com experiência nas diferentes frentes de gestão de risco digital. Garanta que a equipe monitore continuamente os indicadores de fraude – 24/7, se preciso.
  • Priorize treinamentos contínuos. As táticas de fraude evoluem rapidamente, e sua equipe precisa estar sempre um passo à frente. Capacite todos os colaboradores sobre boas práticas de segurança no uso de e-mails, mensageria e tratamento de dados sensíveis.

Tecnologia

  • Utilize ferramentas comprovadas, de custo acessível e com retorno sobre investimento mensurável.
  • Proteja e reserve sua infraestrutura digital. Colabore com seu provedor de hospedagem para ativar proteções nativas – como mitigação de DDoS, se hospedado em data center.
  • Implemente soluções de verificação em camadas (por exemplo, 2FA/3FA, autenticação dinâmica ou confirmação via serviços públicos).
  • Restrinja estritamente o acesso a dados pessoais e sensíveis dos clientes. Use criptografia sempre que possível.
  • Minimize o uso de dados pessoais quando não forem essenciais – considere tokenização ou sessões anônimas em operações auxiliares ou parcerias.
  • Esteja preparado para falhas de infraestrutura e ataques coordenados com estratégias de contingência – como reforçar regras de verificação ou ajustar limites de aprovação temporariamente.
  • Estruture um processo claro de resposta e investigação de incidentes para conter danos e evitar recorrências.
  • Aplique monitoramento de risco em fluxos de tráfego e performance do sistema.
  • Amplie seu arsenal com tecnologias antifraude modernas e escaláveis.
  • Diversifique suas fontes de dados para melhorar a detecção de fraudes e a avaliação de risco.

Um ponto essencial: eliminar totalmente a fraude pode ser caro demais ou simplesmente impossível. Seu objetivo deve ser definir um nível de risco aceitável e priorizar os riscos mais críticos para sua operação.

Mesmo ajustes simples podem trazer resultados mensuráveis – especialmente quando guiados por especialistas e sustentados por uma arquitetura tecnológica adequada.

Proteja-se contra account takeover com a JuicyScore

Na JuicyScore, oferecemos uma solução completa de prevenção ao sequestro de contas (ATO), ajudando empresas a mitigar esse tipo de ataque. Nossa tecnologia analisa mais de 230 preditores e 65.000 parâmetros de dispositivos em tempo real, permitindo decisões seguras sobre autorizar, desafiar ou bloquear uma sessão.

Ajudamos credores digitais, bancos e fintechs a reduzir sua exposição ao ATO sem comprometer a experiência do usuário. Nossa abordagem não utiliza identificadores pessoais, respeitando as exigências de privacidade em todo o mundo.

Quer proteger seus usuários e seu negócio contra o sequestro de contas? Agende uma demo com a JuicyScore e descubra como a inteligência de dispositivos pode transformar sua estratégia de prevenção à fraude.

Principais conclusões

  • Account takeover (ATO) é um tipo de fraude em que criminosos obtêm acesso não autorizado a contas de usuários – muitas vezes resultando em perdas financeiras, vazamentos de dados e danos à reputação.
  • Em 2023, as perdas com ATO chegaram a quase US$ 13 bilhões nos EUA, e 83% das organizações sofreram pelo menos um incidente do tipo.
  • Métodos comuns de ataque incluem phishing, roubo ou reutilização de credenciais, credential stuffing, bots e spoofing de dispositivos.
  • O ATO vai além do acesso indevido – pode evoluir para fraudes mais complexas, como identidades sintéticas, lavagem de dinheiro e uso recorrente da conta comprometida.
  • Os setores mais vulneráveis incluem credoras digitais, BNPL, microcrédito, fintechs, e-commerce e plataformas de games.
  • Ferramentas de segurança tradicionais – como senhas estáticas ou OTP por SMS – já não são suficientes para conter as ameaças modernas de ATO.
  • Criminosos exploram ativamente vulnerabilidades zero-day, muitas vezes identificando brechas antes mesmo das empresas.
  • As técnicas modernas de defesa contra ATO incluem: inteligência de dispositivos, biometria comportamental, autenticação multifator, autenticação adaptativa, scoring de risco em tempo real, checagens de velocidade e rede, higiene de credenciais e educação do usuário, e verificação de IP e geolocalização.
  • O erro humano ainda é o elo mais fraco. Treinar os colaboradores para reconhecer phishing e aplicar boas práticas no tratamento de dados é fundamental.
  • Um checklist antifraude eficaz deve abordar a responsabilidade da gestão, a qualificação da equipe e o uso de tecnologias escaláveis – com foco não na eliminação total da fraude, mas no gerenciamento de riscos aceitáveis.

FAQs

O que é o account takeover?

Account takeover (ATO) é um tipo de fraude em que criminosos assumem o controle de uma conta legítima para realizar atividades não autorizadas, como roubo de valores ou compras indevidas.

Como os ataques de account takeover geralmente acontecem?

Normalmente ocorrem por meio de credenciais roubadas, phishing ou falhas de segurança. Os fraudadores também podem usar bots ou scripts automatizados para testar e validar dados de login.

Por que o account takeover é tão perigoso?

Porque envolve a personificação de usuários legítimos, o que dificulta a detecção. Quando bem-sucedido, o ataque pode causar prejuízos financeiros diretos e danos graves à reputação da empresa.

Como identificar se um account takeover está em andamento?

Fique atento aos seguintes sinais de alerta:

  • Acessos a partir de dispositivos ou locais desconhecidos
  • Mudanças repentinas de senha ou no perfil do usuário
  • Atividades incomuns ou gastos fora do padrão
  • Conta bloqueada ou configurações de segurança desativadas

O account takeover pode afetar os modelos de risco de crédito?

Sim. Contas comprometidas podem distorcer a avaliação de crédito, aumentando os índices de inadimplência e os riscos da carteira – especialmente para credores digitais e serviços de BNPL.

Como posso prevenir o account takeover na minha empresa?

A prevenção ao account takeover (ATO) exige uma estratégia moderna e em camadas. Veja as tecnologias que sua empresa pode adotar:

  • Inteligência de dispositivos para identificar sinais anômalos como máquinas virtuais, spoofing de dispositivos ou ferramentas de acesso remoto – tudo isso sem uso de dados pessoais.
  • Biometria comportamental para monitorar como os usuários digitam, rolam a página ou interagem com sua plataforma – ajudando a detectar impostores mesmo com credenciais válidas.
  • Autenticação Multifator (MFA ou 2FA) para adicionar uma camada extra de verificação além das senhas.
  • Monitoramento contínuo de risco para detectar ameaças durante toda a sessão, e não apenas no momento do login.
  • Autenticação adaptativa que ajusta os controles de segurança com base no risco em tempo real – aumentando a fricção apenas quando necessário.
  • Higiene de credenciais e educação dos usuários para reduzir o uso repetido de senhas e aumentar a conscientização sobre phishing e engenharia social.
  • Inteligência de rede, incluindo análise de reputação de IPs e regras de velocidade, para identificar comportamentos suspeitos desde o início.

Nenhuma ferramenta isolada é suficiente. A combinação dessas abordagens forma uma defesa mais forte, adaptável e eficaz contra os ataques de ATO.

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